A intenção das autoridades era fazer com que a memória do Sr. Fulano fosse lembrada para a posteridade. Conseguiram? Pensando bem, quem foi mesmo Fulano da Silva e Tal? Hum, na verdade, não sei. Só sei que seu nome agora batizou uma rua.
Está vendo? Ao batizar a rua com o nome do falecido Fulano da Silva e Tal, queriam que ele não fosse esquecido, mas quem foi ele mesmo? Querem que não esqueçamos de quem nunca soubemos quem um dia foi? Coitado do Sr. Fulano. Na prática, Fulano morreu e continua sem ser lembrado. Fulano deixou de ser gente e virou rua. Apenas uma rua.
Ah, mas coitadinha mais ainda da minha rua. Perdeu seu lindo nome e ficou com esse tão feinho. Convenhamos, Rua da Esperança era bem mais agradável que Rua Fulano da Silva e Tal. O mesmo aconteceu com a Rua Bela Vista: virou Rua Princesa Maria da Dores. E também com a Rua da Alegria, que agora chama-se Rua Silvério de Arouxa Siqueira. Como também foi com a Rua Céu Azul, que agora ostenta o nome de mais uma personalidade hoje esquecida, cujo destino foi ter seu nome feio atribuído a uma rua.
Que Papai do Céu proteja as personalidades para que elas nunca morram. Ou que, pelo menos, seus nomes tão feios não sejam usados para rebatizar nossas ruas de nomes bonitos. Afinal, minha Rua Sonho Novo tem um nome muito mais bonito que o de uma pessoa que ninguém lembra mais quem foi.
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