quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

A política e a politicagem nas redes sociais

Nas redes sociais se "fala" de tudo. Sabendo disto, muitos políticos viram nesta, uma oportunidade para se mostrarem para a coletividade. Cada um aderiu às redes de sua forma. Enquanto uns entraram como pessoas comuns, revelando parte de sua intimidade e interagindo com os demais sobre todos os assuntos, outros fizeram das redes um outdoor para suas "realizações".

Dentre os primeiros, aqueles que resolveram interagir, podemos perceber alguns padrões de comportamento. Vamos a eles:

1) Políticos do rabo preso: São aqueles que estão comprometidos com a situação. Forma a base de sustenção do governo ou prefeito e pregam que tudo que está errado é culpa da administração anterior do partido contrário. Não discordam de nada do seu "patrão" atual, independemente de as ações deste serem boas ou ruins. Por causa disto, geralmente ficam na maior saia justa quanto são questionados por outros internautas sobre determinado assunto ou sobre a justificativa de um determinado voto. Acabam não respondendo e se complicando ao tentar justificar o injustificável.

2) Políticos do mal: São os políticos da oposição. Na verdade não são "do mal" ao pé da letra, mas a sua condição de oposição os fazem semear o ódio à situação a qualquer preço. Para estes, tudo está errado, e aquilo que seu adversário político fizer para tentar melhorar será sempre criticado. Não há obra, não há medida, não há ação que preste. Para os políticos do mal, se a cidade ou estado tem problema, a culpa é exclusivamente do administrador atual. Estranhamente, acham que quando seu partido era situação tudo era maravilha. Por um certo momento, se tornam ídolos das redes sociais por engrossar as vozes dos cidadãos mais críticos.

3) Políticos de campanha: São os politicos que estão sempre pensando nas próximas eleições. Ninguém ouve falar deles durante o mandato, mas se tornam super ativos em época de eleição. Estes ficaram muito evidentes nas eleições de 2010: vários apareceram nas redes sociais cheios de promessas quando faltavam três meses para as eleições e, da mesma forma que fazem durante seus mandatos, desapareceram das redes no dias seguinte à eleição.

4) Políticos outdoor: Sabem aqueles usuários de redes sociais que postam "estou no banho", "comendo", "vou dormir", "acordei"? Pois é, tem alguns políticos agem de forma parecida, fazendo de sua conta um verdadeiro outdoor. Mas neste caso, os posts são "palestra na escola X", "sessão plenária", "na homenagem a Fulano de Tal". Estes não apresentam propostas, não emitem opiniões e fingem não ler os questionamentos dos demais cidadãos. Muitas vezes, nem são os próprios usuários de suas contas nas redes sociais, deixando suas postagem para assessores.

Mas na política nas redes sociais, não são apenas os politicos que chamam atenção. Tem também os cidadãos comuns que, se não fazem política, estão o tempo todo de olho no cenário político. Uns assumem claras posições, outros ficam na reta-guarda, mas quatro comportamentos se evidenciam. São eles:

1) Cidadão puxa-saco: Este se parece com político do rabo preso. Tem afinidade (leia-se $$) com a situação e só posta maravilhas do administrador estadual ou municipal ao qual está ligado. Para estes parece que é Deus no Céu e seu politico na Terra.

2) Cidadão revolucionário: Este está revoltado com tudo. Para estes todos são suspeitos até que se prove ao contrário. Toda ação do governante tem segundas intenções e será criticada até a morte. Elogiar? Jamais! Pois, como dizem alguns, "Bom mandato é obrigação e criticar é a solução. Viva a revolução!"

3) Cidadão independente: Este não tem rabo preso com ninguém. Critica o que acha errado e elogia o que acha certo, podendo inclusive elogiar e criticar ações do mesmo político. Esse comportamento é raro, pois a maioria acaba por escolher um lado.

4) Cidadão "só na moita": Este é o que se finge de morto e fica só na sua. Sabe de todos os assuntos, acompanha todos os debates, mas não entra na discussão ou só de vez enquando. Fica só na espreita e tira suas próprias conclusões, não fazendo questão de compartilhá-las.

Estes são os tipos de políticos e de cidadãos politizados das redes sociais. Se você é um cidadão comum, politizado, espero que seja o independente ou o "só na moita", porque, infelizmente, de puxa-saco e revolucionário a rede já está cheia.

Agora se você é político, certamente se identifica com algum dos quatro tipos (ou com mais de um dos quatro). Não tem jeito: ou é do rabo-preso, ou é do mal, ou é de campanha ou outdoor. Gostaria que existisse um quinto tipo de político das redes sociais: aquele independente, que se preocupa com o povo e não com as próximas eleições, que opina de acordo com o que acha certo ou errado e não de acordo com o que seu grupo político manda. Infelizmente, este quinto tipo de político ainda é só teoria porque um representante deste grupo ainda não apareceu, ainda não nasceu ou não teve ajuda para ser eleito.

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