quarta-feira, 1 de maio de 2013

Lavar o carro. Lavar a alma.

Desenrolar a mangueira, pegar a flanela, jogar água, esfregar, polir, secar... tudo isso faz parte da tarefa de lavar um carro. Muito mais que uma tarefa ou um trabalho, lavar um carro é uma terapia, é um momento de reflexão e, muitas vezes, de prazer.

Não é de hoje que o ditado dizia: "quem ama, cuida". Pois é! Não precisa necessariamente amar, mas, se você tem cuidado e zela pelo que é seu, já deve ter percebido como a lavagem do carro faz bem para a alma. Entre uma sujeirinha aqui e uma limpadinha ali, você vai molhando, ensaboando, deixando tudo nos trinques. Vão-se as sujeiras do carro e, junto com elas, vão também tudo aquilo que envenena seu corpo. Você limpa o carro, mas é você que vai se purificando. Você vai se tornando limpo, mais leve.

Durante aqueles minutos (ou horas), você trabalha, geralmente só, em paz com você mesmo. É você somente com você. Entre uma esfregadinha e outra, você pode pensar na vida. Pensar no que fez de errado, pensar no que acertou. Pensar no que poderia ter feito, pensar no que vai fazer. Pensar nos seus problemas e pensar em como resolvê-los. Lembrar de coisas boas, rir sozinho, cantar aquela bela canção com sua voz desafinada. É reflexão, é introspecção. É um momento de paz interior. O prazer nas pequenas e coisas simples.

Ao final, o sentimento do dever cumprido. Aquela sensação de que deu trabalho, mas ficou muito bom. Já que tudo que dá trabalho, quando termina certo, é mais gostoso. Missão cumprida. É seu carro velho, com o cheirinho de novo. E foi você que conseguiu. Palmas para você!

Mas tem gente que não se permite este prazer e manda seu carango para o lava-jato. Até que voltará limpo, do mesmo jeito, mas pelas mãos de terceiros. "Tadinhos" do carros destes donos: serão cuidados por desconhecidos. Aliás, coitado é quem faz esta maldade consigo mesmo. Perde a chance de viver este momento. Perde a chance de se ocupar com um trabalho prazeroso, sem prazos, sem a cobrança dos chatos. Neste trabalho, você é o chefe e o cliente ao mesmo tempo. E quando isso acontece, não é mais trabalho: é lazer, é um hob. É mais que isso, é uma terapia. Terapia para desopilar a mente, recarregar as baterias e acariciar a alma.

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