quarta-feira, 13 de março de 2013

Um novo Papa e velhos desafios

Sim, temos Papa. E tão logo o novo Papa foi anunciado, choveram memes e piadinhas, principalmente pelo fato de ser, o escolhido, um argentino. Piadinhas até engraçadas, é verdade, motivadas parte por nosso saudável senso de humor, parte por nosso irresponsável preconceito com os nossos irmãos argentinos. Brincadeiras à parte, o mais importante é que não fiquemos apenas fazendo graça e pensemos no lado sério deste acontecimento.

Jorge Mario Bergoglio, arcebispo de Buenos Aires, foi o escolhido e adotará o nome de Francisco. Se a escolha foi boa ou não, só o tempo dirá. Neste primeiro momento, soa até como algo inconsequente fazer qualquer tipo de comemoração, afinal pouco se sabe sobre as histórias de vida ou os planos de qualquer um dos cardeais que eram candidatos. Nos próximos dias, a imprensa internacional, certamente, irá fazer uma devassa na vida pregressa do novo chefe da Igreja.

Ainda no mesmo dia da escolha, já começaram a surgir as primeiras informações. Já se sabe que o novo Papa teve atritos com o atual governo argentino por ele (o Papa) ser contra a união civil de homossexuais e por cobrar publicamente ajuda deste para os pobres. Também surgiram informações de que a nova Sua Santidade está sendo investigado dentro da Argentina por suposta colaboração com a ditadura argentina, em que há acusações de envolvimento com sequestros de jesuítas e bebês durante este período. Ainda no primeiro dia de escolha, outros comentários deram conta de que o cardeal Bergoglio tem se destacado por levar uma vida simples, sem ostentação, em Buenos Aires: ele mesmo preparava as suas refeições e costumava usar o transporte público.

Entre polêmicas, verdades ou mentiras, de certo mesmo, é que o novo Papa terá pelo menos dois grandes desafios pela frente. Primeiramente, recuperar o prestígio da Igreja Católica, abalada por seguidos escândalos de pedofilia e que perde seguidores ano a ano. E o segundo desafio, que é unir a Igreja internamente, já que fala-se muito que existem divergências, disputas por poder e conchavos entre os cardeais da cúpula do Vaticano, sendo estes, fala-se, mas não se confirma, alguns dos principais motivos que levaram Bento XVI à renúncia.

No mais, é esperar que o Papa Francisco seja bem sucedido e consiga conduzir a Igreja, e parte do mundo que ela influencia, por caminhos melhores. A escolha de um pontífice latino, pela primeira vez na história, soa bem. Parece demonstrar que a Igreja não está com os olhos voltados apenas para a Europa e está aberta a outros continentes. Independentemente da nacionalidade, que este seja um Papa para todos os povos.