sábado, 8 de abril de 2017
Conhecimento e felicidade
A gente nasce e logo começa a aprender. Vai crescendo e aprendendo. Passa a vida aprendendo e adquirindo conhecimento. Logo ao nascer, a gente já começa a chorar. Oh, que sofrimento! Conhecemos logo cedo o que é tristeza. Em seguida, o choro passa porque ganhamos um abraço materno ou a primeira mamada. Somos apresentados à felicidade. Em seguida, ficamos tristes de novo e choramos. Depois ficamos alegres novamente e, mais uma vez, tristes. Ao mesmo tempo, vamos aprendendo que, quando choramos, ganhamos atenção dos pais. Vamos adquirindo conhecimento de como o mundo funciona e descobrimos que o conhecimento pode ser usado a nosso favor para alcançarmos a felicidade. E assim, nossa vida vai seguindo: a cada dia, uma busca constante pela felicidade e novos conhecimentos que nos ajudam a alcançá-la.
O conhecimento muito pode ser usado a nosso favor. Quem duvida que saber como as coisas funcionam não nos ajuda? Certamente, que sim. E com certos conhecimentos, tomamos decisões que vão nos beneficiar: a hora certa de aplicar um dinheiro, um atalho para fugir do trânsito, o momento certo de trocar de emprego... Sim, "saber muito" é bom e nos permite conquistas que nos deixam felizes. Mas será que nos garante sermos mais felizes que os desprovidos de conhecimento? A relação conhecimento e felicidade parece não ser tão estável na prática quanto parece ser na teoria.
João Norton é diretor-geral de uma multinacional. Batalhou muito para chegar a este posto. Estudou e adquiriu muito conhecimento. Tem uma vida corrida. Precisa ficar conectado ao trabalho nos fins-de-semana. Suas maiores felicidades são duas: a primeira é conseguir ver os filhos ainda acordados ao chegar em casa após o trabalho (algo bem raro) e a segunda é saber que sua empresa atingiu a meta no final do mês. Assim, ele passa por momentos de extrema tensão nos últimos dias de cada mês.
João Ferreira é faxineiro e trabalha na mesma empresa de João Norton. Seu expediente começa às 7 horas e terminas as 16. Ao sair do trabalho, ele para no barzinho da esquina do colégio e espera sua filha largar:
- Vai um quartinho hoje, Seu João (diz o dono bar).
- Oi, camarada! Hoje não que eu "tô" liso - diz João - mas, amanhã, sai o salário e minha caninha de lei está garantida.
No fim de semana, João Ferreira vai à praia e sempre passa na frente do prédio de João Norton. Muitas vezes, ele vê o chefe na varanda com o laptop e falando ao celular, sempre resolvendo assuntos da empresa. Ele sempre fala para sua filha: "Aqui mora o diretor da empresa. Queria ser como ele.". E João Ferreira segue seu caminho para se divertir com a família na praia, com apenas R$ 25 na carteira, enquanto João Norton não pode acompanhar seus filhos e sua esposa na piscina do prédio para poder garantir os milhões em lucro de sua empresa. E aí, qual dos Joões tinha uma vida mais feliz?
Então é melhor não ter conhecimento e não aprender? Não necessariamente. Não podemos desprezar o conhecimento. Pergunte a João Norton se ele preferiria trocar de posto com João Ferreira? Certamente não. Mas quem será que tem sido mais feliz ultimamente? Essa tal de felicidade é um bichinho complicado.
Então o segredo para a felicidade é trabalhar pouco? Quem trabalha demais será mais triste? A famosa fábula da formiga e da cigarra mostra que não. Os conhecimentos da formiga a fez antever as consequências de não se preparar para o inverno. Assim, ela logo soube que seu trabalho árduo, enquanto a cigarra se metia a "ser feliz", traria uma felicidade para ela (formiga) muito mais duradoura. Que foi o que aconteceu.
Então saber como as coisas funcionam traz felicidade? Você deve ficar muito feliz quando almoça ou janta no seus restaurantes preferidos. Porém, há quem diga que se você visitar as cozinhas dos últimos dez restaurantes em que você almoçou, você saberá de coisas que o deixarão tão triste que nunca mais almoçará novamente fora de casa. Às vezes, viver na ilusão é mais feliz que conhecer a realidade, apesar de Roberto Carlos dizer que "quem espera que a vida seja feita ilusão pode até ficar maluco ou morrer na solidão".
Não há dúvidas que o conhecimento nos ajuda e nos permite conquistas maiores. E conquistas muitas vezes nos trazem felicidade. Talvez o nosso erro seja tentar achar uma relação direta e simples entre conhecimento e felicidade. Sua avó deve ter muita vontade de usar um computador, mas talvez tenha um pavor enorme só de chegar perto dele. Você, ao contrário, domina o computador e tem muitos amigos nas redes sociais, mas sua avó talvez seja muito mais feliz que você, batendo papo com as vizinhas todos os dias na porta de casa num belo fim de tarde.
domingo, 19 de março de 2017
Restrição às migrações e drama humanitário
As correntes migratórias para países mais desenvolvidos têm causado reações polêmicas por parte destes. Com a alegação de proteção, alguns deles têm tomado medidas restritivas ao acesso de migrantes. Tais medidas têm repercutido negativamente na comunidade internacional. Para entender as medidas e a polêmica, é preciso entender as causas e as consequências das migrações.
De forma geral, migrantes buscam melhores condições de vida. Alguns são oriundos de países que até oferecem boas condições, mas, outros, nem tanto. Muitos migrantes também são fugitivos de países em situações de grande pobreza ou de graves conflitos internos, como guerras e perseguições, e buscam, em outros países, um refúgio para refazerem suas vidas. Migrantes, nestas condições, acabam entrando em outros países sem a devida documentação legal ou sem capacitação para buscar emprego, passando a viver à margem da sociedade.
Como consequência da migração desenfreada, os migrantes podem trazer problemas para os países de destino, pois o Estado precisará dar-lhes suporte, por exemplo, em saúde, educação e saneamento. Além da questão social, o apelo à segurança, causado principalmente pela onda de terrorismo nestes países, tem contribuído para a tomada de medidas cada vez mais restritivas à migração, como a oriunda de países islâmicos.
A grande questão passa ser como balancear a necessidade de proteção interna dos países com o drama humanitário dos migrantes, principalmente dos refugiados. Os países ricos buscam protegerem-se dos problemas sociais e do terrorismo, mas, com as medidas que têm tomado, acabam virando as costas para milhares de necessitados e inocentes que buscam apenas uma oportunidade para viverem dignamente.
De forma geral, migrantes buscam melhores condições de vida. Alguns são oriundos de países que até oferecem boas condições, mas, outros, nem tanto. Muitos migrantes também são fugitivos de países em situações de grande pobreza ou de graves conflitos internos, como guerras e perseguições, e buscam, em outros países, um refúgio para refazerem suas vidas. Migrantes, nestas condições, acabam entrando em outros países sem a devida documentação legal ou sem capacitação para buscar emprego, passando a viver à margem da sociedade.
Como consequência da migração desenfreada, os migrantes podem trazer problemas para os países de destino, pois o Estado precisará dar-lhes suporte, por exemplo, em saúde, educação e saneamento. Além da questão social, o apelo à segurança, causado principalmente pela onda de terrorismo nestes países, tem contribuído para a tomada de medidas cada vez mais restritivas à migração, como a oriunda de países islâmicos.
A grande questão passa ser como balancear a necessidade de proteção interna dos países com o drama humanitário dos migrantes, principalmente dos refugiados. Os países ricos buscam protegerem-se dos problemas sociais e do terrorismo, mas, com as medidas que têm tomado, acabam virando as costas para milhares de necessitados e inocentes que buscam apenas uma oportunidade para viverem dignamente.
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