Hoje, o incentivo a disseminar postagens em redes sociais é constante: basta abrir um site de notícias, de uma farmácia, de uma academia, de um clube de futebol, da sua faculdade, ... Basta entra num chat, nos seus inúmeros grupos de WhatsApp... Em todo lugar, lá estão as opções de interação. Ótimo para difundir informações interessantes, de utilidade geral, porém péssimo por inundar a rede com informações fúteis. Tudo bem que futilidade é um conceito relativo (fútil para quem?) e menos mau quando o conteúdo é inofensivo. O grande problema são as informações falsas, difundidas amplamente como se fossem verdade, e que podem ter consequências negativas, das mais simples às mais graves. Um perigo!
São muitos exemplos. Quem nunca recebeu mensagens como esta abaixo?
"Cuidado com este homem da foto (foto anexa à mensagem). Ele é um pedófilo, foragido da polícia. Foi visto pela última vez no parque Tal. Compartilhe com todos os seus grupos!..."
Aí, o homem da foto é reconhecido e linchado. Mas o homem era inocente e foi vítima de um boato que foi amplamente compartilhado em redes sociais. Alguma coisa parecida com isto aqui ou com o que aconteceu com esta mulher.
Algumas mensagens falsas são propositais, feitas para prejudicar alguém, enquanto outras são produzidas por engano. Mas existem também as que são criadas sem citar pessoas, apenas pela satisfação de seu autor em ver a mensagem "circular" na rede, como a famosa mensagem do carro roubado com um bebê dentro. Algo parecido com esta mensagem:
"Pessoal, um carro de marca Tal foi roubado agora no Centro da cidade X . Os ladrões fizeram o motorista descer e levaram o carro com um bebê dentro. O pai está desesperado! A placa do carro é ABC-1234. Espalhe para todos os seus contatos."
E na intenção de ajudar, muitos se sensibilizam e compartilham este boato. Aí um carro com a mesma placa é visto e seu motorista hostilizado na rua. Uma simples pesquisa na internet, antes de compartilhar a mensagem, poderia facilmente ter mostrado que uma mensagem idêntica circulava na internet, há pelo menos cinco anos, e que era falsa. Além disso, a pesquisa poderia achar a verdade como este texto que desmente o boato.
E os exemplos não param. Teorias que dizem que a apresentadora de TV falou mal de crianças nordestinas, que o Governo esconde que o surto de microcefalia foi causado pelo uso de um lote de vacina vencida, que o governo americano está instalando suas forças armadas na Amazônia, que o dinheiro do Bolsa-Família deve ser sacado imediatamente porque o programa vai acabar, etc. Tudo mensagem falsa, compartilhadas amplamente na internet e que fazem muitos acreditarem e reagirem como se fossem verdade.
As consequências do compartilhamento deste tipo de histórias são óbvias e são bem diversificadas. Vão desde o prejuízo à honra e à reputação de pessoas ou empresas citadas até a proliferação de lixos eletrônicos, que consomem recursos dos provedores de internet e o limite da franquia de dados dos usuários. O mais interessante é a causa de tudo isso: o mau hábito dos usuários da internet, ou seja, a culpa é nossa! Tudo isso poderia ser evitado se nós tivéssemos um pouco de bom senso e refletíssemos um pouco antes da tentação de sair compartilhando tudo de forma imediata.
Atualmente, muitos internautas compartilham ou comentam notícias recebidas em suas redes sociais logo após lerem o título, sem ao menos abrirem o texto. Da mesma forma, ao receberem uma mensagem, compartilham sem fazerem um mínimo esforço para verificar sua veracidade. Muitos de nós já recebemos algum e-mail ou vimos postagens em redes sociais onde a pessoa escreve algo como "Não sei se é verdade, apenas compartilhando" ou "Será que é verdade?". Ora, ao invés de jogar na rede, por que não pesquisar um pouco sobre o assunto? O tempo gasto para fazer uma rápida pesquisa certamente não seria muito maior que o gasto para compartilhar a mensagem. Um pouco de critério, evitaria a disseminação de boatos e melhoraria sua própria credibilidade. Afinal, quem vai gostar das postagens de alguém que vive publicando boatos?
A nossa postura diante das notícias e histórias que gostaríamos de compartilhar precisa ser mais responsável. Existe "vida" na internet além das redes sociais. Você pode (e deve) buscar informações fazendo pesquisa, consultando fóruns ou acessando blogs e sites com boa credibilidade. Não cometa o erro de acreditar em tudo que você recebe nas redes. Se você tem dúvidas sobre algo que recebeu, não compartilhe! O danado é que, muitas vezes, não temos dúvidas e acabamos por compartilhar mentiras. Por isso, em todos os casos, é sempre bom desconfiar um pouco e buscar mais informações. Mesmo que você se sensibilize com determinadas histórias e sua intenção seja apenas ajudar, resista à tentação! Tenha certeza do que você está querendo compartilhar com o mundo. Você não é obrigado a postar algo, todo dia ou a cada minuto. Pare e reflita. Você não estará perdendo tempo. Melhor que a quantidade de postagens suas é a qualidade do que você publica.