terça-feira, 24 de junho de 2014

Às personalidades fortes, o mundo pertence

Todos somos diferentes, mas existe uma tendência dominante em procurarmos fazer tudo igual. Criamos padrões de vida, modos de convivência, etiquetas, estilos a serem copiados e nos aprisionamos. Sim, nos aprisionamos. Fazemos o que o mundo pede e não o que gostaríamos de fazer. Viramos escravos do mundo pela simples falta de coragem de sermos o que somos ou de buscarmos o que queremos. É preciso ter personalidade para quebrar as algemas. Ter personalidade forte ou personalidade fraca é o determinante para sua escravidão ou sua liberdade.

Pessoas de personalidade fraca vestem-se como os outros se vestem. Usam roupas que não gostam só porque os outros estarão vestidos daquela forma. Pessoas de personalidade forte se vestem do jeito que se sentem bem, mesmo que não seja do mesmo jeito dos outros. Vestem-se de forma diferente, mas não de forma inadequada. Ventem-se de acordo com a ocasião, sim, mas do seu jeito. Que mal tem em usar um terno verde quando todos estão com escuros, ou mesmo um tênis, quando todos estão com seus sapatos apertando o dedão?

Pessoas de personalidade fraca morrem de vontade de comer uma galinha à cabidela, mas pedem ao garçom outro prato porque seus amigos pediram filé mignon. Tomam o mesmo whisky ruim que seu colega pediu e quase vomitam de desgosto, tudo porque não tiveram personalidade de pedir aquela cachaça barata que tanto adoram. Já pessoas de personalidade forte não teriam vergonha, nem se sentiram menores por pedir o prato ou a bebida que os fazem sentir-se bem.

Pessoas de personalidade fraca inventam desculpas para recusar um convite dos amigos. Dizem que tiveram um problema de última hora ou que estão com muito trabalho acumulado ou que estão com um familiar adoentado. Pessoas com personalidade forte não teriam vergonha e seriam honestos o suficiente para dizerem a verdade: "obrigado, mas não vou porque não gosto" ou "obrigado, mas hoje vou assistir um filme com minha esposa".

Pessoas de personalidade fraca compram o que não precisam, porque, para elas, seria vergonhoso comprar menos que os outros. Compram um celular multi-funcional, mesmo que o utilize apenas para telefonar. Compram um TV de 40 polegadas, mesmo que fique exageradamente grande em seu minúsculo apartamento, cujo paisagista havia recomendado uma TV um pouco menor. Compram um carro com motor 1.6, mesmo que nunca utilize fora da cidade. Compram tudo isso porque se sentem mal em comprar algo inferior ao que seu vizinho, amigo ou parente. Diferentemente destas, pessoas de personalidade forte compram o que lhes deixam satisfeitos, não importando se custa mais ou menos do que a maioria compra. Estas tanto podem fazer questão de escolherem o quarto de hotel com diária mais cara como também comprarem uma televisão CRT (antigas TVs de tubo) porque uma mais moderna não considera interessante. Pessoas com personalidade forte compram coisas caras sim e não se importam de pagar caro por aquilo que o deixam satisfeitos, no entanto não pagam um centavo naquilo que não lhes é interessante. 

Pessoas de personalidade fraca convivem com pessoas que não gostam. Vão à festas que não querem ir. Fazem coisas que não gostariam de fazer. Acham sempre que tem que fazer algum sacrifício porque precisam sentirem-se aceitas. São pessoas que não sabem dizer "não". Pessoas de personalidade forte sabem escolher pessoas, locais para ir e são honestas com outros e consigo mesmas: dizem sim para sua felicidade.

Pessoas de personalidade fraca precisam mostrar algo para os outros. Preocupam-se mais em fotografar que curtir a festa. Procuram mais "contar para os outros" que "viver o momento". Pessoas de personalidade forte valorizam quem está sempre ao seu lado. Vivem para quem é importante, mesmo que o resto do mundo não saiba de seus sacrifícios e nem suas conquistas. Elas sabem que outros não precisam nem saber.

Pessoas de personalidade fraca precisam provar algo. Não admitem que os outros pensem diferente. Querem impor suas opiniões. Pessoas de personalidade forte não precisam provar nada a ninguém. Não se preocupam se são julgadas de forma equivocada. Elas fazem questão de mostrar seu ponto de vista, mesmo que não sejam compreendidos. E quem discordar, que "passe bem".

Pessoas de personalidade fraca têm vergonha de si mesmas e acabam por fingirem ser o que não são. Contam sempre vantagens e escondem do mundo suas frustrações. Pessoas de personalidade forte fazem tudo diferente. Não precisam de holofotes. A diferença fundamental é que as pessoas de personalidade fraca tem vergonha de suas escolhas ou vergonha de mostrarem como são, pois preocupam-se demais com as opiniões alheias. Já as pessoas de personalidade forte sabem exatamente o que querem e colocam suas vontades acima das expectativas dos demais. Sentem-se bem consigo mesmas e vivem para serem felizes, não para fazerem o mundo feliz.

O mundo poderia até ser dividido entre os de personalidade forte e os de fraca, mas ainda existe um terceiro grupo: as pessoas "sem personalidade". Estas são as piores. Se as pessoas de personalidade fraca se preocupam mais com os outros que com si mesmas, as pessoas sem personalidade preocupam apenas com outros. Vivem olhando e julgando como os outros vivem, o que compram, o que fazem, o que não fazem, o que poderiam ou deveriam fazer. São pessoas que criam seus padrões e passam a vida julgando os que saem destes padrões por elas mesmas criados. Ficam com os olhos voltados constantemente para grama do vizinho, seja para achá-la mais verde ou mais seca que a suas. Olham para os outros e esquecem de olhar para si. São pessoas perigosas, pois é exatamente o seu comportamento que atinge as pessoas de personalidade fraca. Afinal, pessoas de personalidade fraca não agiriam como agem se não fossem os comentários maldosos de pessoas sem personalidade. 

Pessoas de personalidade forte estão aí para se sobressair às sem personalidade. Enquanto os fracos vivem na escravidão, dominados pelos julgamentos dos sem personalidades, os fortes estão livres. Infelizmente, os fortes não são maioria, mas ainda bem que eles existem. Afinal, num mundo cheio de contradições, só os fortes se vencerão. O mundo é dos fortes.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Curiosidades dos campeões mundiais, na nossa Copa

Chegou a Copa. Depois de sete anos de espera, desde o anúncio de que o Brasil seria a sede até o dia 12 de junho de 2014, agora a bola finalmente vai rolar. Depois de obras prometidas, atrasos, puxões de orelhas da FIFA, protestos, enfim, chegou a nossa Copa. E quem será o campeão? Só saberemos daqui a 31 dias. Apesar de disso, é possível observar um pouco da história e das curiosidades dos campeões mundiais para podermos fazer algumas previsões. Vamos a elas!

Até hoje são oito os países vencedores de Copas. Três sul-americanos: Brasil (5x), Argentina(2x) e Uruguai(2x); e cinco europeus: Itália (4x), Alemanha (3x), Inglaterra(1x), França(1x) e Espanha(1x). Somando tudo, contamos 19 Copas, sendo 10 vencidas pelos europeus e 9 pelos sul-americanos. Se observarmos os locais onde as Copas foram realizadas, veremos 10 na Europa, 7 nas Américas, 1 na Ásia e 1 África. Olha a primeira curiosidade: os europeus tem mais títulos, mas também tiveram mais Copas em casa. Coincidentemente, 10 títulos e 10 Copas em casa.

Por falar em jogar em casa, jogar a Copa no seu próprio continente tem sido determinante para os países campeões. Das dez Copas disputadas na Europa, simplesmente nove foram vencidas pelos europeus. A exceção foi justamente a Copa de 1958, a primeira vencida pelo Brasil. Se lembrarmos que os europeus venceram dez Copas, sendo nove em casa, vemos que apenas uma vez venceram fora da Europa: a exceção foi justamente a última Copa, vencida pela Espanha, na África. Brasil e Espanha, aliás, compartilham a mesma exceção: foram os únicos países a vencerem fora de seu continente: o Brasil venceu na Europa em 1958 e na Ásia em 2002; já a Espanha venceu em 2010, como já dito, na África. Chama a atenção este fato: das dezenove Copas, apenas essas três não foram vencidas por um país do mesmo continente. Em todas as sete Copas realizadas nas Américas (do Norte e do Sul), o campeão sempre foi americano (sul-americano para ser mais preciso): três vezes Brasil (no Chile, no México e nos EUA), duas vezes Argentina (na Argentina e no México) e duas vezes Uruguai (no Uruguai e no Brasil). Jamais os europeus venceram nas Américas.

Se por um lado, Brasil e Espanha podem se orgulhar de serem os únicos a ganharem fora de seu continente, eles também tem mais uma coincidência, desta vez nada agradável: são os únicos campeões mundiais que jamais venceram a Copa realizada no seu país. O Brasil perdeu em casa em 1950 e a Espanha, em 1982. Os demais seis países campeões tiveram o prazer de vencer como país sede: a Itália ganhou em casa 1934, a Alemanha, em 1974; a França, em 1998; a Inglaterra, em 1966; a Argentina, em 1978 e o Uruguai, em 1930.

Se seis dos oito campeões tiveram a honra de ganhar em casa, três destes também tiveram o desprazer de perder em casa, juntamente com Brasil e Espanha. A Alemanha perdeu em 2006, a Itália em 1990 e a França em 1938. Totalizando, assim, cinco campeões mundiais com Copas perdidas em casa. Se o Brasil até hoje sofre com o trauma de 1950, as estatísticas dão um alento: até hoje, todos os campeões mundiais que sediaram duas Copas ganharam uma e perderam uma também (Alemanha, França e Itália). Nenhum campeão mundial ganhou as duas nem perdeu as duas realizadas em casa. Brasil e Espanha, que também perderam em casa, só sediaram a Copa uma vez. Será a vez do Brasil ganhar a sua, na segunda tentativa em casa?

Como se vê, os números são bem favoráveis a sexta conquista brasileira. Em resumo, dentre os campeões mundiais: os europeus só têm ganho na Europa; os sul-americanos levantaram todas as taças disputadas nas Américas; quem jogou duas Copas em casa, ganhou uma delas; e, em apenas três Copas, o campeão não foi do próprio continente, sendo, destas, duas vencidas pelo Brasil.

Os números são esses. Sabemos que estatísticas não entram em campo muito menos decidem o campeão, mas, ao menos, servem como curiosidade ou também para aguçar a mente dos supersticiosos. E no futebol, o que não falta é superstição. Se as estatísticas podem prever alguma coisa, não é improvável pensarmos na final dos sonhos: Brasil x Argentina, no Maracanã. Alguém duvida? Que na nossa Copa, vença o melhor! E que o melhor seja o Brasil!